sábado, 7 de janeiro de 2012
QUERER
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Coisas de Mulher
domingo, 6 de junho de 2010
SILÊNCIO
domingo, 21 de fevereiro de 2010
O beijo
Esta noite sonhei contigo. Dançamos outra vez e trocamos aquele beijo, que durou segundos, mas que guardo no meu coração há muitos anos.
E hoje, quando já nem consigo juntar com rigor os traços do teu rosto, apercebo-me que não te disse uma única vez que te amava.
Não sabia como dizer-te…
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Queria
Mas tu não me perguntas.
Não imaginas o meu desejo de ir ao sol,
É forte, forte!
E eu não to digo amor.
E tu pensas que eu quero, gosto
De estar na terra.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
A cómoda
Era uma cómoda bonita mas completamente desajustada para o local.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Encruzilhada
Uma moderna, onde não faltam semáforos, passeios bem cuidados para os peões e algumas árvores. Em suma, uma estrada igual à que tem calcorreado nos últimos anos. Segura, mas monótona, com os mesmos bancos onde amiúde se esconde para, com a cabeça entre as mão, verter as lágrimas da angústia de quem palmilhando caminhos tão aprazíveis não sente prazer ou alegria. Já percorreu quilómetros e mais quilómetros sem nunca sentir que aquela era a sua estrada, algures lá atrás, nem sabe bem onde, deixou ficar perdida uma amiga chamada Felicidade.
É certo que tem encontrado alguns recantos bonitos com fontes de água fresca e jardins floridos...
Do outro lado uma estrada que desconhece, apenas lhe vê o início... Circundada por árvores frondosas que quase não deixam ver os campos que a ladeiam salpicados por flores campestres. O piso não é tão cuidado como o da outra, mas tem o encanto do diferente. Sentada numa pedra vislumbra o que parece ser a sua amiga Felicidade, será mesmo ela? Nada mais consegue espreitar...tudo o resto é incógnita.
Sente uma vontade louca de escolher de imediato aquele trajecto...Mas tem receio. O que está para lá do que não consegue ver? Aquela pessoa que vislumbrou será mesmo a amiga há tanto perdida? Conseguirá ali encontrar iguais fontes de água fresca? Aqueles caminhos não serão frequentados por malfeitores?
Sabe que optar por uma significa perder a outra. Não sabe que fazer...Por um lado receia afastar-se daquele trilho entediante mas seguro que conhece ao pormenor, por outro necessita imperiosamente de voltar a sentir que ainda está vivo. Tem consciência de que, se demorar muito a sua escolha, as pernas ficarão demasiado velhas e pesadas e recusar-se-ão a levá-lo para outros locais.
De um lado os vizinhos, amigos e conhecidos acenam-lhe enquanto gritam "continua connosco", do outro sorridente lá está, (será?), a Felicidade....
Só então percebe que chegou a hora de deixar de fazer o que os outros esperam que faça. Sempre pautou a sua vida pelo correcto, sempre praticou o certo para a sociedade. E por si? Alguma vez fez algo verdadeiramente importante, só por si, sem pensar em mais ninguém? Chegara a hora de ser egoísta caminharia em busca dessa miragem real, procuraria essa Felicidade, sentia a falta dos seus braços macios e da boca com sabor a morango.
Afinal o que tinha a perder? No pior dos cenários a nova estrada também teria certamente um recanto onde, sentado, pudesse esconder-se com a cabeça entre as mãos e verter lágrimas de angústia.
sábado, 1 de agosto de 2009
Mau Feitio
Cansam-me as palavras diplomáticas, os sorrisos feitos de plástico e as atitudes de circunstância que nos obrigam a tentar descobrir o seu real significado.
Não me assustam as discussões, com lágrimas à mistura, em que nada fica por dizer.
Sei que normalmente quem tem mau feitio também tem mais afecto para dar. E, por não ter medo de dizer, também não se sente fraco ao perdoar.
Aprendi a sorrir sem ter vontade, a fingir a simpatia que não sinto e a demonstrar interesse por assuntos que me são indiferentes. Mas a verdade é que estou cansada do papel de actriz, nesta peça de teatro que vou escrevendo diariamente.
E, nesta solidão partilhada em que transformei a minha vida, sinto falta da sinceridade mesmo que isso implique, de vez em quando, uma discussão genuína, dessas que terminam com um forte abraço quando não resta mais nada para dizer ou perdoar.
Hoje, apeteceu-me reler Vinicius de Moraes e com ele dizer:
“Procura-se um amigo!
Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.”
domingo, 28 de junho de 2009
À Deriva
sábado, 13 de junho de 2009
Voltei
Desiludida, com vontade de desistir, mas de pé!
Precisei do silêncio e de conversar comigo. Tentei tomar decisões e acabei a acatar o que decidiram.
Estou sem rumo, mas conheço o caminho.
Quase perdi a voz, mas o silêncio também fala!
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Ao Jaime
Sempre que me lembro do Jaime vejo-o com a camisola de lã azul, tricotada à mão, que o acompanhou durante uma boa parte da adolescência. Recordo todos os pormenores do seu rosto cuja fealdade nós, as raparigas, ignorávamos ao fixar-lhe os olhos de um azul profundo e enfeitiçador.
O Jaime, apesar de mais velho, era o meu confidente, chorava com as minhas tristezas e vibrava com os meus triunfos. Devorava tudo o que eu escrevia, gravava músicas dos Eagles, que depois me emprestava em troca de uma conversa que habitualmente se prolongava durante horas. Falávamos de tudo, partilhávamos ideias, discutíamos opiniões para, no final, me deixar levar um caderno com as poesias que escrevia em segredo e que eu lia antes de adormecer. No grupo de teatro amador era ele quem convencia o encenador a dar-me um bom papel.
Sempre soube que o Jaime sentia por mim um amor de que não falava porque sabia não ser correspondido. Ele era assim, olhava-me e adivinhava o que eu sentia ou pensava. “- Através dos teus olhos consigo ler o que te vai na alma – dizia."
No aniversário dos meus quinze anos ofereceu-me um livro, “Últimos Cadernos” de Camus, que guardo entre os meus tesouros mais preciosos.
Só agora me apercebo do quanto ele influenciou a minha maneira de ser e o meu modo de encarar o mundo, o Jaime era especial…
sábado, 31 de janeiro de 2009
Fernão
Volvido tanto tempo ao perceber que as palavras são dela, e não de Richard Bach, já não sabe se afinal ela quis dizer-lhe adeus ou pedir-lhe para ficar…
quarta-feira, 28 de janeiro de 2009
Almas Gémeas
Partilharam o primeiro beijo de ambos e viveram em levitação sem sentirem necessidade de conversas profundas. Olharem-se e saberem que se reencontrariam no final do dia, depois da escola, parecia-lhes suficiente.
Amando-se nunca pronunciaram a palavra amo-te, preferiam timidamente dizer “gosto de ti”.
Se lhes perguntassem o que esperavam daquele amor, não saberiam responder. O presente bastava-lhes.
Não falaram sobre o arrufo que os separou. Ele, teve vergonha de admitir que sentira ciúmes do amigo com quem a encontrara à conversa num intervalo. Ela, era demasiado ingénua para entender, sem palavras, que a reacção brusca dele se devia a um sentimento exacerbado. Quando, no dia seguinte ele se aproximou fingindo que nada sucedera, ela ostentou-lhe indiferença, por achar que devia ser assim e não porque a sentisse.
Continuaram a ir com os amigos ao cinema, sentavam-se ao lado um do outro, mas não voltaram a dar as mãos durante o filme.
Ela, por orgulho não falava, ele ficava em silêncio por não ter coragem para dizer-lhe.
Um dia ela teve de deixar a cidade. Foi por terceiros que soube do casamento, dos desaires profissionais e do divórcio dele. Mas nunca, durante todos esses anos, deixou de pensar nele ou esqueceu a sua data de aniversário.
Hoje, quando subia o Chiado, chocou com ele. Olharam-se nos olhos e sentiram-se almas gémeas. Ela, não reparou que estava mais gordo e que os cabelos começavam a embranquecer. Ele, achou-a linda e soube que seria capaz de amá-la de novo. Falaram de banalidades por não saberem do que conversar.
Na despedida ele disse-lhe: - Sabes… naquele dia… Quando disse que merecias uma bofetada , não estava a falar a sério… Tive ciúmes…
-Eu sei… - respondeu-lhe.
Ele seguiu apressado em direcção ao Metro. Ela foi para a FNAC onde o marido a esperava.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Resignação
Os sonhos são pulverizados em pequeninas partículas que nem a esperança mais persistente conseguirá voltar a unir numa forma coerente. E, enquanto esse pó paira no ar, pedimos a um deus qualquer para fazer com que o tempo acelere o seu ritmo e mitigue a dor que nos aflige. Mas, os minutos pegajosos arrastam-se numa lentidão exasperante permitindo o pulsar constante dessa mágoa que queremos arredar para longe.
Procuramos refúgio no choro convulsivo interrompido pelos gritos mudos do que deveríamos ter dito. A chuva cai e o ribombar do trovão persegue a luminosidade do relâmpago, é a tempestade que se apodera da nossa vida.
Buscamos companhia e planeamos viagens, mas não há palavras de amigos ou distância que consigam aplacar o desespero que se instala.
Lá fora o mundo implacável continua a girar indiferente ao drama que nos tomou conta da alma. Todos seguem em frente, não param para nos deixarem consertar os sentimentos quebrados.
Impotente para mudar o que quer que seja, também sigo em frente, à deriva, até que a resignação chegue...
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
2009
"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano
se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para adiante vai ser diferente...
Para você,
Desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.
Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir.
Todas as músicas que puder emocionar.
Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente...
Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto,
ao rumo da sua FELICIDADE!!! "
Desejo a todos os que espreitam este blog um FELIZ 2009.
CrisTina
domingo, 14 de dezembro de 2008
Amores
Estranhamente por esse amor vivi no purgatório sem entender porque me provocava angústia, dor e sofrimento. Sem perceber porque magoava obrigando-me a criar defesas contra ele.
Percebi agora que o nosso amor se transformou num amor sem planos, daqueles que, por não terem planos, têm como destino inevitável a morte prematura. Compreendi que toda a minha angústia se traduzia no sentir o luto de uma relação e chorava antecipadamente a tua perda tendo-te ainda. E chorei, chorei por nós!
Nos amores verdadeiros temos a sensação, que até pode ser ilusória, de que não vão terminar nunca e de que somos o centro do mundo da outra pessoa. Nos amores sem planos tens a noção de que os sentimentos são finitos.
Cansada desisti de lutar por mais tempo na tua vida, recusei encaixar-me no espaço diminuto que me ofereces. Afinal, o teu amor foi sempre um amor sem planos que traduzias em palavras como se de amor verdadeiro se tratasse.
Mas não é fácil meu querido… É certo que estamos sempre a tempo de aprender a amar com a cabeça e a sufocar o coração. Mas eu não gosto de sentir assim e se aceitei fazê-lo foi porque o amor verdadeiro, aquele do início, era forte e não quis morrer, preferiu transformar-se. Era um amor tão grande que sufocava no espaço reduzido a que o confinaste na tua vida.
É por isso meu querido que continuo a amar-te, não da forma que eu quero mas da única maneira que me deixas fazê-lo.
Não posso porém deixar de sentir um misto de raiva e revolta pela passividade e inércia com que me deixas ir.
E um dia, mesmo sem querer, eu vou ter partir…
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Mulher
Tu, pensas que acabaste de apagar, com uma borracha, todos os erros que julgas ter escrito com lápis de carvão. Eu, finjo que perdi a chave da gaveta da memória onde tranquei as tuas palavras tatuadas com tinta da china.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Desilusão
Hoje, estive frente a frente com a velhice mental das ideias e preconceitos que te habitam, disfarces perfeitos para a cobardia que pretendes oculta.
Hoje, percebi que foste apenas uma ilusão, alimentada por sonhos deliberadamente prolongados pelo meu inconsciente, com a insensatez de quem se recusa a acreditar no óbvio.
Hoje, sei o quão ocas e estéreis foram as palavras apaixonadas das quais apenas resta o eco de promessas logo moribundas ao nascerem.
Hoje, soube que no conforto da tua insensibilidade nem sequer tentaste ler-me ou penetrar na minha alma que, um dia, sonhou fundir-se com a tua.
Hoje, do fogo restam cinzas e na memória fica apenas o retrato do mais perfeito egoísmo que se pode contemplar.
Hoje, sei que o que nos separa não é a vida. És tu!
domingo, 2 de novembro de 2008
Eternamente
Eu acredito na continuidade das coisas que amamos, acredito que para sempre ouviremos o som da água no rio onde tantas vezes mergulhámos a cara, para sempre passaremos pela sombra da árvore onde tantas vezes parámos, para sempre seremos a brisa que entra e passeia pela casa, para sempre deslizaremos através do silêncio das noites quietas em que tantas vezes olhámos o céu e interrogámos o seu sentido.
Nisto eu acredito: na veemência destas coisas sem princípio nem fim, na verdade dos sentimentos nunca traídos.
E a tua voz ouço-a agora, vinda de longe, como o som do mar imaginado dentro de um búzio. Vejo-te através da espuma quebrada na areia das praias, num mar de Setembro, com cheiro a algas e a iodo. E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.
Miguel Sousa Tavares
(No dia 2 de Novembro, dedico as palavras de M.S.T. aos que amei com toda a força do meu coração e que a morte levou. Acredito que vive um pouco Deles no brilho das estrelas que iluminam as minhas noites)