Na sua frente duas estradas.
Uma moderna, onde não faltam semáforos, passeios bem cuidados para os peões e algumas árvores. Em suma, uma estrada igual à que tem calcorreado nos últimos anos. Segura, mas monótona, com os mesmos bancos onde amiúde se esconde para, com a cabeça entre as mão, verter as lágrimas da angústia de quem palmilhando caminhos tão aprazíveis não sente prazer ou alegria. Já percorreu quilómetros e mais quilómetros sem nunca sentir que aquela era a sua estrada, algures lá atrás, nem sabe bem onde, deixou ficar perdida uma amiga chamada Felicidade.
É certo que tem encontrado alguns recantos bonitos com fontes de água fresca e jardins floridos...
Do outro lado uma estrada que desconhece, apenas lhe vê o início... Circundada por árvores frondosas que quase não deixam ver os campos que a ladeiam salpicados por flores campestres. O piso não é tão cuidado como o da outra, mas tem o encanto do diferente. Sentada numa pedra vislumbra o que parece ser a sua amiga Felicidade, será mesmo ela? Nada mais consegue espreitar...tudo o resto é incógnita.
Sente uma vontade louca de escolher de imediato aquele trajecto...Mas tem receio. O que está para lá do que não consegue ver? Aquela pessoa que vislumbrou será mesmo a amiga há tanto perdida? Conseguirá ali encontrar iguais fontes de água fresca? Aqueles caminhos não serão frequentados por malfeitores?
Sabe que optar por uma significa perder a outra. Não sabe que fazer...Por um lado receia afastar-se daquele trilho entediante mas seguro que conhece ao pormenor, por outro necessita imperiosamente de voltar a sentir que ainda está vivo. Tem consciência de que, se demorar muito a sua escolha, as pernas ficarão demasiado velhas e pesadas e recusar-se-ão a levá-lo para outros locais.
De um lado os vizinhos, amigos e conhecidos acenam-lhe enquanto gritam "continua connosco", do outro sorridente lá está, (será?), a Felicidade....
Só então percebe que chegou a hora de deixar de fazer o que os outros esperam que faça. Sempre pautou a sua vida pelo correcto, sempre praticou o certo para a sociedade. E por si? Alguma vez fez algo verdadeiramente importante, só por si, sem pensar em mais ninguém? Chegara a hora de ser egoísta caminharia em busca dessa miragem real, procuraria essa Felicidade, sentia a falta dos seus braços macios e da boca com sabor a morango.
Afinal o que tinha a perder? No pior dos cenários a nova estrada também teria certamente um recanto onde, sentado, pudesse esconder-se com a cabeça entre as mãos e verter lágrimas de angústia.
Uma moderna, onde não faltam semáforos, passeios bem cuidados para os peões e algumas árvores. Em suma, uma estrada igual à que tem calcorreado nos últimos anos. Segura, mas monótona, com os mesmos bancos onde amiúde se esconde para, com a cabeça entre as mão, verter as lágrimas da angústia de quem palmilhando caminhos tão aprazíveis não sente prazer ou alegria. Já percorreu quilómetros e mais quilómetros sem nunca sentir que aquela era a sua estrada, algures lá atrás, nem sabe bem onde, deixou ficar perdida uma amiga chamada Felicidade.
É certo que tem encontrado alguns recantos bonitos com fontes de água fresca e jardins floridos...
Do outro lado uma estrada que desconhece, apenas lhe vê o início... Circundada por árvores frondosas que quase não deixam ver os campos que a ladeiam salpicados por flores campestres. O piso não é tão cuidado como o da outra, mas tem o encanto do diferente. Sentada numa pedra vislumbra o que parece ser a sua amiga Felicidade, será mesmo ela? Nada mais consegue espreitar...tudo o resto é incógnita.
Sente uma vontade louca de escolher de imediato aquele trajecto...Mas tem receio. O que está para lá do que não consegue ver? Aquela pessoa que vislumbrou será mesmo a amiga há tanto perdida? Conseguirá ali encontrar iguais fontes de água fresca? Aqueles caminhos não serão frequentados por malfeitores?
Sabe que optar por uma significa perder a outra. Não sabe que fazer...Por um lado receia afastar-se daquele trilho entediante mas seguro que conhece ao pormenor, por outro necessita imperiosamente de voltar a sentir que ainda está vivo. Tem consciência de que, se demorar muito a sua escolha, as pernas ficarão demasiado velhas e pesadas e recusar-se-ão a levá-lo para outros locais.
De um lado os vizinhos, amigos e conhecidos acenam-lhe enquanto gritam "continua connosco", do outro sorridente lá está, (será?), a Felicidade....
Só então percebe que chegou a hora de deixar de fazer o que os outros esperam que faça. Sempre pautou a sua vida pelo correcto, sempre praticou o certo para a sociedade. E por si? Alguma vez fez algo verdadeiramente importante, só por si, sem pensar em mais ninguém? Chegara a hora de ser egoísta caminharia em busca dessa miragem real, procuraria essa Felicidade, sentia a falta dos seus braços macios e da boca com sabor a morango.
Afinal o que tinha a perder? No pior dos cenários a nova estrada também teria certamente um recanto onde, sentado, pudesse esconder-se com a cabeça entre as mãos e verter lágrimas de angústia.
7 comentários:
Todas as encruzilhadas encerram em si a escolha e a matriz de ganhos e de perdas...mas, mais vale continuar o caminho do que ficar na incerteza dos "e se"
Cristina,
"Só sentimos medo de perder aquilo que temos, sejam nossas vidas ou nossas plantações. Mas esse medo passa quando entendemos que nossa história e a história do mundo foram escritas pela mesma mão." (Paulo Coelho em "O Alquimista")
Beijos!
Alcides
Gostei.
Voltarei com mais tempo.
A vida são opções... e por vezes optamos por nada decidir...
Pois.
Cristina,
Passo para agradecer a sua visita ao Abismo Noturno e desejar uma boa semana.
Beijos e chocolates!
Alcides
Não será a vida (quem sabe, apenas) uma grande encruzilhada?!
Cristina,
O ano já começou. O que era ruim ficou para trás.
É hora de arrumar as malas e seguir outra viagem.
Beijos!
Alcides
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