
Hoje, estive frente a frente com a velhice mental das ideias e preconceitos que te habitam, disfarces perfeitos para a cobardia que pretendes oculta.
Hoje, percebi que foste apenas uma ilusão, alimentada por sonhos deliberadamente prolongados pelo meu inconsciente, com a insensatez de quem se recusa a acreditar no óbvio.
Hoje, sei o quão ocas e estéreis foram as palavras apaixonadas das quais apenas resta o eco de promessas logo moribundas ao nascerem.
Hoje, soube que no conforto da tua insensibilidade nem sequer tentaste ler-me ou penetrar na minha alma que, um dia, sonhou fundir-se com a tua.
Hoje, do fogo restam cinzas e na memória fica apenas o retrato do mais perfeito egoísmo que se pode contemplar.
Hoje, sei que o que nos separa não é a vida. És tu!