terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A cómoda





Na entrada da casa havia uma cómoda antiga onde ela guardava as recordações em gavetas que não voltava a abrir.
Era uma cómoda bonita mas completamente desajustada para o local.

Na realidade, não saberia explicar porque ia guardando aquelas lembranças que não mereciam ser recordadas. Mas teima em acomodá-las nas gavetas que não reabre e nunca fecha à chave.

E aquela cómoda, que não se enquadra no resto do mobiliário, foi ficando, tornou-se parte da casa e é hoje um túmulo de sonhos que a impede de voar.