Caminhava ao acaso junto ao Tejo. Ao longe ouviam-se vozes. Absorto andava, sem destino ou finalidade. Momentos preciosos partilhados consigo próprio. Apenas ele, tal qual ele, sem encenações, omissões e aparências.
Pensou nela, a mulher com quem há muitos anos partilhava o dia a dia. Como reagiria se lhe falasse abertamente de tudo o que lhe ia na alma? Será que entenderia que a amava de uma forma tranquila, calma, apesar de existir outra pessoa na sua vida? Compreenderia as suas angústias, os seus medos, a necessidade de viver e experimentar sensações diferentes? Aceitaria as viagens de trabalho que inventava apenas porque necessitava de fugir durante algum tempo dos dias iguais que o sufocavam? Imaginou-se a ser ele próprio, sem artifícios, a dizer-lhe que detestava o rolo de carne que ela fazia, mas que adorava a maneira como o olhava ao acordar...
Intenção breve... Ser ele próprio significaria perdê-la a ela e à vida que partilhavam... Tudo continuaria igual. Manteria a sua encenação, dando-lhe a conhecer apenas o conveniente... Afinal todos somos um pouco actores, personagens das estórias que vivemos e inventamos. Confusos, já nem sabemos onde está a fronteira entre a ficção e a realidade, na busca incessante de encontrar alguém (que não existe) com quem partilhar a alma.
Pensou nela, a mulher com quem há muitos anos partilhava o dia a dia. Como reagiria se lhe falasse abertamente de tudo o que lhe ia na alma? Será que entenderia que a amava de uma forma tranquila, calma, apesar de existir outra pessoa na sua vida? Compreenderia as suas angústias, os seus medos, a necessidade de viver e experimentar sensações diferentes? Aceitaria as viagens de trabalho que inventava apenas porque necessitava de fugir durante algum tempo dos dias iguais que o sufocavam? Imaginou-se a ser ele próprio, sem artifícios, a dizer-lhe que detestava o rolo de carne que ela fazia, mas que adorava a maneira como o olhava ao acordar...
Intenção breve... Ser ele próprio significaria perdê-la a ela e à vida que partilhavam... Tudo continuaria igual. Manteria a sua encenação, dando-lhe a conhecer apenas o conveniente... Afinal todos somos um pouco actores, personagens das estórias que vivemos e inventamos. Confusos, já nem sabemos onde está a fronteira entre a ficção e a realidade, na busca incessante de encontrar alguém (que não existe) com quem partilhar a alma.
3 comentários:
Cristina, muitos parabéns. Excelentes
textos. Cá fico à espera dos próximos.
Bem...grande texto!
Parabens!
Bjos***
Um texto bonito, uma grande reflexão...
Finalmente um blog!
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